Cabernet Sauvignon e Carménère são duas castas francesas de Bordeaux muito apreciadas. Distintas em suas características e potencial de guarda produzem rótulos que atendem a diferentes paladares. Nós, da DiVinho, preparamos esse artigo destacando a história de cada cepa, as características da uva e dos vinhos para ajudar na sua escolha, confira:

Cabernet Sauvignon

História

Cabernet Sauvignon é uma das mais célebres uvas tintas. Originária da região francesa de Bordeaux, deriva do cruzamento natural entre a variedade tinta Cabernet Franc e a variedade branca Sauvignon Blanc.

Estima-se que o cultivo de Cabernet tenha sido iniciado na primeira metade do século XVIII. Pela facilidade de adaptação a diferentes climas e terroirs, a casta é hoje uma das uvas tintas mais cultivadas no mundo todo.

A uva

A Cabernet Sauvignon apresenta uma das casas mais grossas entre as castas viníferas. É justamente sua casca que permite seu cultivo nas mais diversas regiões, protegendo a polpa de variações climáticas.

Rica em taninos e de caráter adstringente é tradicionalmente colhida no processo de late harvest ou colheita tardia. Dessa maneira, os taninos são suavizados e podem ser mais facilmente equilibrados durante a vinificação.

Quando cultivada em regiões mais quentes, como nos Estados Unidos, produz vinhos mais concentrados e frutados, com maior teor alcoólico. Já no cultivo em regiões mais frias, como na França, produz rótulos menos robustos e com aroma predominante de frutas vermelhas.

Os principais aromas da casta Cabernet Sauvignon são de pimentão verde, especiarias, cedro, cassis, cereja negra e toques herbáceos. Quando os vinhos são envelhecidos em barris de carvalho ganha notas de baunilha, café e tabaco.

O vinho

Rótulos Cabernet Sauvignon apresentam cor rubi intensa e aspecto brilhante, com bordas que variam entre o violáceo em vinhos mais jovens ao acastanhado quando mais envelhecidos.

Os rótulos caracterizam-se por uma alta concentração de taninos e um nível de acidez elevada. Revelam um grande potencial de guarda, podendo ultrapassar vinte anos quando mantidos ao abrigo da luz e em condições de temperatura adequada.

Como já mencionamos, os aromas variam de acordo com a região de cultivo da uva. Nos Cabernets europeus e de regiões mais frias predomina o aroma de frutas escuras, como ameixa preta, cereja e groselha, com notas de cassis e pimentão. Já em Cabernets de regiões mais quentes predominam os aromas frutados, perdendo um pouco das características vegetais.

Harmonização

Cabernets jovens com taninos mais pronunciados harmonizam bem com pratos mais gordurosos, como a carne de porco e cordeiro. Já os rótulos mais envelhecidos combinam com carnes assadas em geral, dando destaque para o churrasco.

O Cabernet Sauvignon é um ótimo companheiro para queijos mais curados e de coloração amarela, assim como para massas como lasanha, capeletti e pizza.

Carménère

História

Carménère é uma casta originária da região francesa de Bordeaux. Amplamente cultivada em Médoc e Graves até o início do século XIX. Em 1860 os vinhedos franceses foram atacados pela praga filoxera e a variedade foi considerada extinta.

Apesar disso, exemplares da uva acabaram migrando para a América do Sul e sendo cultivados em meio a vinhedos de Merlot. Em 1994, no Chile, o ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot identificou que algumas cepas de Merlot demoravam muito a maturar. Estudos concluíram que se tratava realmente da variedade Carménère de Bordeaux.

A Carménère se adaptou muito bem ao clima e terroir chilenos. Por ser uma casta sensível à pragas, beneficia-se muito do isolamento geográfico entre o Deserto do Atacama, a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico.

O Vale do Colchagua concentra a maior parte da produção chilena de Carménère. Hoje é considerada por muitos como a uva mais emblemática do Chile. A cepa também é cultivada na Itália, nos Estados Unidos e na China.

A uva

A uva Carménère caracteriza-se pela pele de tonalidade vermelha intensa. Daí o nome “Carménère” que significa “carmim” em francês.

Quando colhida no termo normal de maturação, a casta apresenta aromas de frutas negras maduras, como cereja e ameixa, terra úmida, ervas e pimenta negra. Para diminuir a acidez a Carménère pode ser colhida de forma tardia.

O vinho

Os vinhos a base de Carménère apresentam uma coloração escura e profunda, com taninos amigáveis e sabores aveludados, marcantes e sedosos. Quando envelhecidos em barris de carvalho, ganham mais complexidade e destacam-se as notas de baunilha, chocolate e tabaco.

São vinhos de corpo médio e fáceis de beber. Recomenda-se que sejam consumidos ainda jovens, quando os sabores de framboesa madura e beterraba doce são mais persistentes.

Harmonização

Por terem uma acidez mais acentuada os rótulos Carménère combinam bem com pratos mais salgados e amargos, com temperos fortes de alho ou pimenta. Massas com molho de queijo parmesão e mussarela são uma ótima opção de harmonização.

Carnes vermelhas com pouca gordura e sabor forte, como cordeiro e caças, são uma opção sofisticada para acompanhar um vinho Carménère. Experimente também com saladas que levam azeitonas e peru assado.

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