Decantar um vinho pode ser muito charmoso e, sem dúvida, impressiona a plateia de convidados. Mas, na verdade, esse ritual nem sempre é indicado. Há apenas duas razões para se decantar um vinho: Vamos a elas!

  1. Separar o sedimento que se forma ao longo dos anos na garrafa – o que é recomendado para tintos com mais de cinco anos, especialmente os grandes rótulos, como Bordeaux, Rhône, Barolo e Brunello di Montalcino, além do Porto Vintage.
  2. A segunda delas é proporcionar uma oxigenação intensa aos vinhos finos jovens, que ainda se mostram duros e adstringentes, principalmente os produzidos a partir das uvas Cabernet Sauvignon, Mourvèdre, Syrah/Shiraz e Tannat. Você já deve ter notado que muitos vinhos tintos (e brancos também!) ficam melhor depois de algumas horas na taça, não é mesmo! Então, a decantação funciona para acelerar esse processo, tornando esses vinhos mais macios, aromáticos e prontos para serem apreciados.

 

CHECK LIST DA DECANTAÇÃO: QUE VINHOS DECANTAR?

  • Muitos vinhos tintos caros e encorpados, quando jovens, mostram-se fechados e “duros”, com taninos ariscos e alta acidez. Para torná-los macios e agradáveis, a decantação é uma alternativa. Isso vale, principalmente, para os grandes Cabernet Sauvignon e Malbec, os Shiraz autralianos e Syrah do Vale do Rhône, Barolo, Brunello di Montalcino e Chianti. Também é aconselhável no caso de Vinho do Porto Vintage. A decantação pode ser realizada uma hora (ou mais!) antes de servir o vinho.
  • Vinhos guardados por longos anos (mais de cinco anos) ou décadas criam sedimento na garrafa – são partículas de pigmentos, taninos e ácido tartárico que não fazem mal algum, mas atrapalham a apreciação do vinho. Nestes casos, a decantação é aconselhada, simplesmente, para separar o sedimento do vinho. Recomenda-se deixar a garrafa de pé no dia anterior (ou por pelo menos 12 horas) para que as partículas sólidas se depositem no fundo dela. Pode-se decantar 30 minutos antes de servir e, ao passar o vinho para o decanter, tenha muito cuidado. Faça tudo muito lentamente, pois o vinho envelhecido não deve ser exposto bruscamente ao oxigênio – aliás, vinhos com quinze ou mais anos de guarda são realmente frágeis. Além disso, é importante ficar de olho no gargalo da garrafa e interromper o processo logo que observar qualquer sinal do sedimento vertendo para o decanter.
  • Vinhos jovens podem exibir um estranho cheiro de “ovos podres” – isso acontece por causa do dióxido de enxofre que é acrescentado em pequena dose ao vinho para protegê-lo. Nada que desperte maiores preocupações, pois o mau cheiro desaparece com a aeração e decantar o vinho é uma maneira de solucionar rapidamente o problema.
  • A rolha partiu e uma parte acabou mergulhando na garrafa? A decantação, neste caso, é uma boa solução para separar os resíduos de rolha do vinho.

 

QUAL O MELHOR DECANTER?

Esta é uma pergunta para a qual não há uma resposta definitiva. Existem por aí vários modelos de decanter, alguns deles são tão sofisticados que mais parecem obras de arte. Na verdade, quem não tiver, em casa, um decanter propriamente dito, pode lançar mão de uma jarra de vidro ou de cristal. Ao investir num decanter, vale a pena observar a praticidade na hora de limpar a peça, pois ela deve ser bem higienizada após o uso. Também cheque se ela permite servir facilmente o vinho, para isso deve ter um bom apoio para a mão e não ser tão pesada.